Muitas mulheres ainda acreditam no mito de que a chegada de um bebê pode evitar a separação. Mas um filho salva mesmo o casamento que não vai bem?
Muito pelo contrário: filho não salva e até pode ajudar a acabar com um casamento.
Aliás, é justamente durante o período da primeira infância dos filhos que mais acontecem as separações. A chegada de um bebê pode antecipar o fim de um casamento em crise.
Um estudo realizado no Reino Unido com casais divorciados mostrou que, entre os que se separaram após o nascimento do primeiro filho, 40% pediram o divórcio antes do bebê completar 3 anos de vida.
E no Brasil esse número não é muito diferente.
E por que isso acontece?
Mesmo quando tudo vai bem entre marido e a mulher antes do nascimento da criança, o estresse causado pela nova rotina, as noites mal dormidas, o cansaço e os raros momentos a dois podem acabar distanciando o casal após a chegada do bebê.
Além disso, as despesas tendem a aumentar, a começar pelo enxoval e as fraldas, obrigando os pais a reverem suas prioridades.
Agora imagine só tudo isso acontecendo com um casal que já vivia uma relação abalada?
São muitas as transformações na vida da mulher.
Durante o puerpério, que é aquele período em que o corpo está se recuperando do parto e voltando ao normal, a mulher costuma ficar muito mais sensível e insegura.
Enquanto passa por um turbilhão de modificações físicas e psíquicas, essa mãe ainda tem de cuidar, muitas vezes sozinha, de um ser humano pequeno, vulnerável, que não sabe dizer o que pensa e sente.
E tudo isso pode ser assustador em alguns momentos.
O pai precisa ter paciência, ser parceiro. Afinal, pai não é quem ajuda, pai é quem cria. Ele deve cuidar do bebê junto com a mãe, participando até da amamentação, como mostra Pâmela Rodrigues nos Cursos Amamentação na Prática e Cuidados com o Bebê.
Mas no vídeo a seguir a Pâmela também fala sobre o olhar que o pai deve ter para a mãe, que quer e precisa de cuidados.
Mas é difícil para o homem também!
O que acontece é que muitas mulheres, quando se tornam mães, acabam vivendo exclusivamente para os filhos e deixando a si mesmas e aos maridos de lado. Elas só tem olhos para os seus bebês, para os cuidados e os mimos com eles.
Porém, elas precisam entender que existe vida conjugal após a chegada dos filhos. E que o companheiro também precisa de atenção e carinho.
O diálogo é o primeiro passo para não deixar essa relação morrer.
Aliás, quem defende a importância do diálogo para a relação é o Especialista Usiel Carneiro, no Curso O Casamento depois dos Filhos.
Usiel diz:
“Nada é tão comum quanto falar com o seu cônjuge. Porém, nem sempre o comum é tão fácil”.
E é verdade: conversar com a pessoa que mora na mesma casa que a gente deveria ser a coisa mais normal do mundo. Mas há quem tenha uma relação muito mais próxima com os parentes, os vizinhos, amigos ou colegas de trabalho, do que com a própria esposa ou o próprio marido.
Inclusive, no Curso Usiel lembra:
“A maneira como lidamos com o outro no nosso casamento, demonstra que há disfunções no nosso diálogo”.
Para Usiel, é perfeitamente possível manter a vida conjugal em dia após a chegada dos filhos. E ele fala exatamente sobre isso neste vídeo:
Quando não há diálogo, as brigas e a indiferença só aumentam.
Por outro lado, é a partir do diálogo que o casal conseguirá alinhar as expectativas, por exemplo, em relação à divisão das tarefas domésticas,vida financeira e, não menos importante, à forma como pai e mãe pretendem educar a criança.
E quando não tem jeito e a separação acontece de fato?
Este é realmente é um momento bem difícil para o casal. Seja qual for a idade da criança.
Os sonhos desfeitos, a sensação de tempo perdido e as mágoas resultantes da separação podem gerar novos conflitos, mesmo depois que ela acontece.
Enquanto isso, quem mais sofre é a criança, que muitas vezes por se sentir culpada pelo que aconteceu, por achar que seus pais não gostam mais dela ou por pensar que, a partir de agora, ela terá de escolher quem deve amar.
E como falar com os filhos sobre a separação?
De acordo com a idade, o entendimento da criança sobre a separação pode ser diferente. E as reações dela também. No Curso A Família depois do Divórcio, Usiel Carneiro aconselha:
“Dê a notícia do divórcio da forma mais leve possível. Escolham palavras que ajudem a criança a entender que vocês não ficarão mais na mesma casa. Isso é o sentido de divórcio que as crianças entenderão… Falem mais sobre como será e que vocês continuarão sendo pai e mãe. Reafirme o amor por eles. Eles podem relacionar a falta de amor entre vocês com eles próprios. Enfatizem o amor por eles”.
Usiel ainda reforça:
“Quanto menor a criança, mais a ênfase pode e deve ficar no amor e numa visão positiva, de que tudo ficará bem”.
No Curso Usiel, que faz aconselhamento de casais, traz outras orientações preciosas para lidar com esse momento tão delicado na vida de toda a família. Confira.
E o que mais pode ajudar?
Pode acontecer da criança querer se isolar. Ou ficar com raiva e se tornar rebelde, agressiva. Chorar. O Temperamento da criança também influi na forma como ela vai passar por essa fase.
Por isso, é muito importante ser o Adulto Consciente, que conhece a sua criança, como a Isa Minatel explica no Curso Montessori em Casa.
E claro, perder a paciência com a criança, brigar, gritar, colocar de castigo, agredir física ou verbalmente: Nada disso vai funcionar. Melhor é se valer de uma boa dose de Disciplina Positiva neste momento, porque a criança está precisando mesmo é de acolhimento e amor.
Filho não salva casamento. Este é um grande mito.
Já se a separação tiver mesmo de acontecer, após a chegada dos filhos, que seja respeitosa. Assim, menores serão as consequências para as crianças.
Afinal, o casamento pode acabar, mas filhos são pra sempre.