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Os benefícios da amamentação

Os benefícios da amamentação

A amamentação oferece vários benefícios para a mãe e para criança. Mas, apenas 39% dos bebês são amamentados até os seis meses de vida

Todo mundo sabe que o aleitamento materno oferece vários benefícios tanto para a mãe, quanto para a criança. Contudo, apenas 39% dos bebês são amamentados até os seis meses de vida. Além disso, a média de amamentação exclusiva no Brasil é de apenas 54 dias. Em grande parte dos casos, as dificuldades no início fazem com que muitas mulheres desistam. Mas, com informação e rede de apoio é possível transpor essas barreiras.

A amamentação na primeira hora

Não é à toa que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida e a continuidade da amamentação até, pelo menos, os 2 anos de idade. Isso porque esse leite protege a criança e pode, até mesmo, salvar vidas.

Por exemplo, já se sabe que os lactentes correm um risco maior de morrer devido à diarreia e a outras infecções quando são amamentados apenas parcialmente ou não são amamentados no peito. Além disso, o leite materno melhora o coeficiente intelectual e a preparação para a escola. E também é associado a maiores rendas na vida adulta e à redução do câncer de mama nas mães.

Atualmente, cinco em cada 20 bebês (25%) na América Latina e no Caribe não são amamentados em sua primeira hora de vida. Foi o que mostrou um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da OMS. Ou seja, o documento revela que, em 2017, 78 milhões de recém-nascidos no mundo tiveram que esperar mais de uma hora para mamar.

Esse atraso vai contra a recomendação da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). A entidade ressalta que a amamentação na primeira hora diminui o risco de infecções e pode salvar a vida do bebê.

E os benefícios da amamentação vão mais além. Por exemplo, estima-se que o aumento do aleitamento materno para níveis quase universais poderia salvar, por ano, a vida de 20 mil mulheres e também de mais de 820 mil crianças com menos de cinco anos de idade.

Outros benefícios da amamentação

Renda maior na vida adulta

Essa foi a conclusão a que chegou um estudo publicado no Lancet Global Health. Ou seja, crianças amamentadas durante 12 meses alcançaram, na vida adulta, rendimentos 33% mais altos. Isso quando comparadas às amamentadas por menos de 12 meses, em áreas urbanas do País.

Redução no sobrepeso e na diabetes

Uma pesquisa divulgada no periódico The Lancet afirma que a amamentação está associada a uma redução de 13% na probabilidade de ocorrência do sobrepeso e/ou obesidade. E, além disso, a uma queda de 35% na incidência do diabetes tipo 2.

Outro estudo, da OMS, destaca que alimentar bebês com leite materno pode prevenir o excesso de peso a longo prazo. Foram comparadas a prática e a duração da amamentação com o peso da criança ao nascer e, então, o índice de massa corporal quando ela já estava com idades entre 6 e 9 anos. Para isso, foram usados dados de 100.583 meninos e meninas de 22 países europeus.

Em resumo, a probabilidade de ter obesidade foi maior entre crianças não amamentadas ou que amamentaram por períodos mais curtos. Mas, embora a OMS recomende que bebês recebam apenas leite materno no primeiro semestre de vida, essa não é a realidade de muitas regiões.

Por exemplo, na França, em Malta e na Irlanda, 25% das crianças não são alimentadas dessa forma. Na Itália, 21,2% dos bebês não amamentados tornaram-se crianças com obesidade mórbida, mesmo percentual verificado na Espanha.

Respostas hormonais

Ainda conforme o estudo, a amamentação “induz diferentes respostas hormonais quando comparada às fórmulas. Isso porque essas últimas causam uma resposta maior da insulina, o que leva ao depósito de gordura e ao aumento de adiposidade”.

Além disso, o leite humano é rico em Bifidobacteria, um grupo de bactérias intestinais menos presentes no organismo de crianças com obesidade. Outra conclusão é que as crianças amamentadas parecem ter preferências por frutas e vegetais do que aquelas alimentadas com fórmulas. Foi o que revelou o artigo, citando um estudo australiano de 2014.

Mais números da obesidade

As estatísticas mostram que 400 mil crianças de 6 a 9 anos que vivem na Europa já sofrem de obesidade mórbida. No Brasil, a obesidade infantil também tem aumentado. Segundo a OMS, 33% das crianças de 5 a 9 anos estão com sobrepeso. Dessas, 15% já têm obesidade.

As estimativas da organização são de que, em 2025, 11,3 milhões de brasileiros nessa faixa etária tenham, portanto, índice de massa corporal (a divisão de peso pela altura ao quadrado) acima do considerado saudável.

Aumento no QI

Também já se sabe que o leite materno contribui para um aumento médio de três pontos no quociente de inteligência (QI). Outra evidência mostra que crianças amamentadas por mais de 12 meses em áreas urbanas completaram um ano a mais de atividades educacionais. Isso, quando comparadas às amamentadas por menos de 12 meses.

Com a melhora da capacidade cognitiva e o aumento do que essas crianças poderiam produzir ao longo da vida, a amamentação seria, portanto, responsável por adicionar um valor de 300 bilhões de dólares à economia local.

Custos menores

Ainda falando sobre valores, nos Estados Unidos, os gastos com a amamentação abaixo do recomendado são de 13 bilhões de dólares. Isso sem contar as perdas associadas a efeitos cognitivos.

Por exemplo, quando considerada a situação das mães, os custos chegam a 17,4 bilhões de dólares. Os números foram calculados em estudos divulgados pelas revistas Pediatrics, da Academia Americana de Pediatria, e Obstetrics and Gynecology.

A Organização Pan-Americana da Saúde lembra, ainda, que expandir as taxas de aleitamento materno reduziria significativamente os custos das famílias e dos governos no tratamento de enfermidades infantis, como pneumonia, diarreia e asma.

Sustentabilidade

Outro benefício da amamentação está relacionado ao meio ambiente. Isso porque o aleitamento materno é uma fonte natural e sustentável de nutrição e subsistência que não polui e exige poucos recursos.

Por outro lado, as fórmulas infantis se somam às emissões de gases do efeito estufa em sua produção, transporte, preparação e uso, além de gerarem lixo. Por isso, só devem ser consumidas se forem realmente necessárias.

Redução do risco de TDAH

Quer mais benefícios da amamentação? Por exemplo, uma nova pesquisa da Universidade de Tel Aviv, em Israel, revelou que o leite materno pode ser uma proteção extra para o desenvolvimento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores estudaram três grupos de crianças. O primeiro era formado por 56 pacientes de 6 a 12 anos diagnosticados com o transtorno. O segundo tinha os irmãos desses pacientes e que não apresentavam TDAH. Por último, o grupo de controle, com 51 crianças saudáveis sem parentesco com as primeiras.

Após as análises, eles perceberam que, das crianças diagnosticadas com TDAH, 43% foram amamentadas até os 3 meses, comparados com 69% no grupo dos irmãos e 73% no grupo controle. Aos 6 meses, a diferença permaneceu: do primeiro grupo, 29% ainda estavam sendo amamentadas, enquanto nos outros grupos cerca de 50% das crianças ainda mamavam.

Como resultado, a pesquisa mostrou que a proteção, pelo menos parcialmente, contra o TDAH, pode ser incluída na lista de benefícios da amamentação. No entanto, eles fizeram algumas ressalvas. A principal delas é a dúvida sobre a relação de causa e efeito. Isso porque o menor tempo de amamentação das crianças com o transtorno pode ser resultado da própria condição, e não sua causa.

Mães faltam menos ao trabalho

Tantos benefícios da amamentação para a saúde da criança também resultam em menos abstenções no trabalho por parte das mães. Sim, porque, segundo um estudo publicado no American Journal of Health Promotion, os problemas de saúde das crianças alimentadas com leite materno costumam ser menos frequentes e graves.

Projeto proíbe impedimentos à amamentação

Por tudo isso que foi dito, por todos os benefícios que a amamentação oferece, cada vez mais vemos iniciativas que visam a fortalecer esse movimento. Agora, um projeto em tramitação no Congresso passa a considerar conduta ilícita qualquer impedimento à amamentação. Com isso, fica assegurado o direito da mãe de amamentar em locais públicos ou privados.

E, quem desrespeitar a lei, terá de pagar indenização punitiva em valor não inferior a dois salários-mínimos (atualmente, R$ 1.996), a ser fixado pelo juiz. O Projeto de Lei 1654/19 já foi aprovado pelo Senado em março deste ano e segue na Câmara dos Deputados.

Problemas na amamentação

Ok! Você já entendeu quais são os benefícios da amamentação. Porém, sabemos que é só quando o bebê nasce que nos damos conta do que pode ocorrer e, até mesmo, atrapalhar esse processo. Leite empedrado, bico rachado e mastite são alguns dos problemas que, geralmente, surgem nesse início.

Mas, calma! Com informação adequada – e, em alguns casos, com a ajuda de um bom profissional – é possível transpor todas as barreiras e manter a amamentação por um longo período. É o que explica a enfermeira neonatologista, com grande experiência na área, Pâmela Rodrigues.

Ela preparou um curso online na plataforma MundoemCores.com, o Amamentação na Prática, em que dá o passo a passo para ajudar as mamães nesse processo. Além disso, ela tira as dúvidas mais comuns e derruba diversos mitos da amamentação. Vamos falar sobre alguns deles:

Compressa de água morna no peito

Como explica Pâmela, a compressa de água morna NÃO pode ser usada na mama sem instruções e sem ajuda. Isso porque, ela pode queimar as mamas e até mesmo gerar uma mastite ou um abcesso. E o mesmo vale para as compressas frias.

Em vez de compressas, um banho de água quentinha pode ajudar. Mas, é preciso ficar atento, porque esse banho não é indicado para as mamas ingurgitadas, ou cheias de leite. Ao contrário de ajudar, esse calor fará aumentar ainda mais a produção.

“Também não se deve retirar leite debaixo da água quente, pois isso faz aumentar a produção. E nunca use compressa morna e nem tome banho quentinho no período de apojadura (da descida do leite)”, explica Pâmela.

Amamentar faz o peito cair

Para a nossa especialista, esse é um dos maiores mitos relacionados à amamentação e também uma grande preocupação por parte das mães.

“É a gestação que faz o peito cair, se ele tiver que cair. E isso vai ocorrer se você amamentar ou não. Então, vamos oferecer o que há de melhor para os nossos pequenos sem medo de ser feliz porque os benefícios da amamentação são muitos!”, alerta.

Leite fraco

Não, não existe leite fraco! Se o bebê não está ganhando peso ou tem dificuldades de fazer xixi ou cocô, converse com o pediatra a respeito, pois a causa certamente é outra.

Portanto, se o bebê não está ganhando peso ou tem dificuldades de fazer xixi ou cocô, converse com o pediatra a respeito, pois a causa certamente é outra.

“Isso é um mito. Precisamos entender o que está acontecendo. Por exemplo, pode ser a pega errada no peito da mãe. Enfim, é preciso saber que não existe leite fraco”, explica Pâmela Rodrigues.

Tomar sol na mama durante a gravidez

Outro não! Você não precisa preparar a sua mama durante a gravidez, principalmente tomando sol. Isso porque o peito não deve ser exposto ao sol sem proteção!

Dito isso, o melhor a fazer é tomar o sol após o nascimento do bebê, utilizando o colostro como protetor solar. Ou seja, fique sob o sol com a mama exposta e passe sempre um pouco do leite.

Quando desmamar a criança?

Nossa especialista Pâmela Rodrigues derruba mais um mito. Sim, porque muita gente acha feio uma criança que já anda ainda mamar no peito. Mas, ela destaca que o momento certo de desmamar o bebê é quando a mãe decide fazer isso.

“A decisão de amamentar é da mãe. Amamentar não é fácil. Precisamos deixar bem claro para as mães que não amamentaram que elas não são menos mãe por causa disso! Cada uma tem sua particularidade, sua dificuldade e sabe até onde pode ir”, explica.

E acrescenta: “Nunca julguem uma mãe que não amamentou. Você não sabe a história dela, não sabe o que se passa dentro dela. E, voltando à pergunta, o melhor momento para desmamar é quando mãe e filho estão bem para isso. Sem traumas”.

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