Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que apenas 26% das crianças são amamentadas até os 24 meses. Para ressaltar a importância desse ato, preparamos oito razões para amamentar até os 2 anos, pelo menos.
Antes de começarmos, é importante saber que hoje em dia nem mesmo a orientação principal é seguida. A de que os bebês devem consumir somente leite materno até os 6 meses. Sessenta por cento deles são expostos a outros alimentos nesse período.
Prova disso são os dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sobre a amamentação exclusiva. No Brasil, ela dura em média 51 dias. Ou seja, menos de 2 meses.
Veja oito razões para amamentar até os 2 anos, pelo menos:
A amamentação é a base para a formação do sistema imunológico
Isso porque o colostro possui 700 espécies de bactérias saudáveis. E elas farão a colonização inicial do intestino, sendo fundamentais para um sistema imunológico eficiente durante toda a vida. Ou seja, essas bactérias são responsáveis pela formação de 70% das células de defesa. E é só a partir do sexto mês que o sistema imunológico dos bebês ficará independente do materno;
O leite materno evita o contato com o leite de vaca e com as fórmulas não-hidrolisadas
Além disso, as Sociedades de Pediatria recomendam que se evite a introdução de leite de vaca ou de soja até o primeiro ano de vida da criança. Isso porque ambos contêm alto potencial alergênico, são compostos por proteínas que ainda não são bem digeridas e podem causar processos inflamatórios no organismo;
Colabora com a maturação de alguns órgaos
Sabe-se que alguns órgãos não estão totalmente prontos até o sexto mês de vida. Por exemplo, o estômago, o intestino e os rins do bebê só são preparados para lidar com o leite materno. E, portanto, qualquer outro alimento prejudicará suas funções;
É fundamental para o desenvolvimento cerebral
Também já se sabe que o leite materno é fundamental para o desenvolvimento cerebral. E que o pico de formação do cérebro ocorre entre o terceiro trimestre da gestação e o décimo oitavo mês de vida do bebê. Sendo que o principal nutriente responsável por isso é o Ômega 3. Isso quer dizer que uma mãe bem nutrida consegue suprir as necessidades do feto e também do bebê;
Previne o aparecimento de doenças crônicas
A amamentação pode prevenir, ainda, o aparecimento de doenças crônicas. Estudos comprovam que carências nutricionais da gestante na segunda metade da gravidez podem predispor o bebê a doenças metabólicas como obesidade, diabetes tipo 2 e resistência à insulina. Ou seja, uma mãe que se nutriu bem na gravidez e que amamenta seu filho com exclusividade até seis meses e, de preferência, até 2 anos, estará atuando na prevenção dessas doenças;
Auxilia o desenvolvimento neurocomportamental
Já está comprovado que carências nutricionais da gestante na primeira metade da gravidez podem predispor o bebê a doenças como o TDAH e o autismo. Por outro lado, a amamentação prolongada pode prevenir esses males;
Contribui com a introdução de alimentos
Além disso, uma amamentação bem feita irá colaborar com a introdução de alimentos. Isso porque o sabor dos alimentos que a mulher consome durante a gestação e amamentação passa para os filhos pela placenta e depois pelo leite. Por isso, quanto mais a mãe consumir frutas, verduras e legumes variados, mais familiaridade a criança terá com esses alimentos;
Diminui a mortalidade infantil
E, para finalizar, o leite materno diminui a mortalidade infantil. A agência de notícias da ONU alerta que se todos os bebês fossem amamentados nos seus dois primeiros anos, seria possível salvar a vida de mais de 820 mil crianças com menos de cinco anos no mundo, todos os anos.
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Fonte: Estadão